Postura do presidente da Câmara divide opiniões. Na quarta-feira (27/7), PP oficializa apoio ao chefe do Executivo
O PP faz, na quarta-feira (27/7), sua convenção nacional para declarar apoio oficial à candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL). Um dos caciques do partido, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), vestiu, literalmente, a camisa da reeleição do chefe do Executivo. No domingo, na convenção do PL que oficializou Bolsonaro como postulante a novo mandato, o deputado apareceu com uma camiseta estampando, em letras garrafais, “Bolsonaro 22”, numa referência ao número da campanha. No palco, recebeu afagos do presidente. “Sei que a figura mais importante hoje aqui sou eu, mas, se não fosse Arthur Lira, esse cabra da peste de Alagoas, não teríamos chegado a este ponto. Obrigado, Lira”, declarou Bolsonaro na convenção.
Na avaliação do deputado Marcelo Ramos (PSD-AM), ex-vice-presidente da Câmara, “Lira estar no palanque de Bolsonaro é algo normal e republicano”. “Já que ele apoia, tem direito de ir. O errado é o que faz fora da convenção. Arthur se coloca acima do Regimento (da Casa) e comete um equívoco confesso, fruto de quem compactua com o autoritarismo e com quem é autoritário”, criticou. “A relação entre Arthur e Bolsonaro funciona da seguinte forma: Bolsonaro deixa Arthur ser dono do orçamento, e o Arthur deixa Bolsonaro mandar no Parlamento.”
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que estava no palco no Maracanãzinho, afirmou que o fato de Lira ser aliado de Bolsonaro é “natural”. “A convenção já ocorreu há mais de 24 horas, e ninguém falou nada”, limitou-se a comentar.