Em menos dois meses de 2022, a Subsaúde homologou 266 atestados por quadros de ansiedade e 103 por episódios depressivos
Na Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), dos 6.603 servidores ausentes, a ansiedade é a principal causa de afastamento e chega a 19,61%. Os dados mostram que as mulheres são as que mais pediram licença médica, nos dois últimos anos, para tratar transtornos mentais e comportamentais: 20,62%. Os homens chegaram a 15,74% dos afastados.
Os profissionais de saúde relatam cansaço extremo. É o caso de uma servidora do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que preferiu ter a identidade resguardada. A mulher teve crise de transtorno ansioso depressivo em 2020 e precisou ficar afastada do trabalho por dois meses. Ela já havia parado de trabalhar outras três vezes por esgotamento profissional.
“Estava sozinha no meu setor. Tiraram uma servidora que trabalhava comigo e nunca a substituíram. E é claro que eu não dava conta de tudo. Eu acabava ficando além do horário, e comecei a ter um cansaço muito grande físico e mental. Então, comecei a ter crises de choro e pânico. Quando pensava no trabalho já me dava tremedeira e desespero. Isso começou em 2015 e tive várias outras crises depois, sendo a pior em 2020”, lembra.